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Na Roda da TBC… Cicloturismo por Vicente Almeida

Como viajar de maneira saudável, econômica, ecológica e nada convencional? E como conhecer seu destino de viagem de forma diferenciada? O cicloturismo, essa nova forma de viagem, promove, acima de tudo, uma conexão indescritível entre ciclista, bicicleta e estrada.

Por isso, convidamos o megaciclista Vicente Almeida, para dar sua opinião sobre o assunto no quadro: Na Roda da TBC!

Na Roda da TBC…

Vicente Almeida trabalha com bike há mais de 15 anos. Foi atleta amador. Hoje, é cicloturista por amor e cicloativista por ideologia.
The Bike Culture – Primeiramente, qual a importância da bike nos seus dias?

Vicente Almeida – A bike é extremamente importante nos meus dias devido à condição de não ter condições de ter um carro (risos).

É até uma coisa curiosa. Na minha vida, sempre fui um amante dos super carros, da velocidade… E chegou um momento que não pude mais viver essa realidade.

Mas sempre tive a bicicleta ao meu lado. Como exercício, como esporte, como hobby.

Atualmente, ela se transformou no meu único meio de transporte, então é com certeza algo muito grande em minha vida.

Além disso, a bicicleta se tornou o meu meio de viajar, de me exercitar, o meu lazer… Então é algo intrínseco à minha pessoa. Não existe Vicente sem bike, somos uma coisa só.

TBC – Já viajou de bike?

VA – Se eu já viajei de bike? Muuuuitas, muitas e muitas vezes. Seja competindo, treinando, ou apenas viajando. Por exemplo, viajo pelo menos uma vez ao mês de bike para visitar parentes… Então sim, viagem de bicicleta é algo que faço constantemente.

“Viajar de bicicleta é conectar-se ao todo.”

TBC – Como é a experiência?

VA – Todas as minhas experiências foram super positivas, mesmo aquelas que passei perrengue, como quebrar a bicicleta ou algo assim.

A conexão entre você, a bike e o ambiente é algo singular, até difícil de explicar. Mesmo com velocidade, é uma desaceleração.

Viajar de carro, ônibus, avião… Tudo isso envolve uma pressa para chegar. Na bicicleta, você contempla, observa o que está a sua volta. Esse é o maior diferencial de viajar de bike, com certeza.

A sensação de subir uma montanha e ter aquela super vista, ou então trafegar numa estrada do litoral e ter aquele visual te acompanhando, ou a arquitetura ímpar de uma cidade histórica… É algo mágico.

É uma conexão diferente com o ambiente, com as pessoas a sua volta. Porque você se insere no lugar, se expõe ao cenário. Diferente do carro, do ônibus, do avião, onde você está dentro de uma lata fechada, sem um contato direto.

Viajar de bicicleta é conectar-se ao todo.

TBC – Qual bike te acompanha nas viagens?

Cara, eu já tive muitas bicicletas de propostas diferentes. Mas isso nunca foi empecilho para minhas viagens, sempre viajei com a que estivesse à minha disposição. Aro 26, aro 29, uma speed, uma mountain bike, uma urbana…

Acho que o mais importante é conectar-se com a bike. Conhecê-la. Saber quais suas limitações, seus pontos fortes. Mas na maioria das vezes, como fiz muito cicloturismo rural, estive na presença de uma mountain bike, que acredito ser a mais versátil de todas.

Só para ilustrar, em Portugal, a sigla da bicicleta é BTT – bicicleta de todo terreno -, e isso possibilita pedaladas em estrada de terra, asfalto, trilhas. Então elas foram as que mais me acompanharam.

“Acho que o mais importante é conectar-se com a bike. Conhecê-la.”

TBC – Qual a dica de mestre pedaleiro para quem deseja realizar o cicloturismo pela primeira vez?

Pra galera que tá começando no cicloturismo? Em primeiro lugar, conheça as limitações do seu corpo, saiba se ultrapassar limites e se aventurar é a sua pedida.

Conheça também sua bicicleta, saiba o estado que ela está. Pesquise sobre a rota que você pretende fazer, escute pessoas que estiveram lá, buscque informações, a internet tá aí pra isso!

É importante também saber da natureza, se vai fazer frio no trajeto, se vai chover. Se você tem que estar ligado nas tábuas da maré.

Por exemplo, já viajei uma vez e não chequei as tábuas, peguei uma maré cheia e não consegui concluir o percurso.

Resumindo, conhecer a si, conhecer o equipamento, conhecer o lugar… E outra dica que eu dou é: não tenha medo.

Não tenha medo do novo, pois no final dos contas, mesmo passando por algum perrengue, a experiência final será incrível e você terá muita história pra contar!